Laudo de Radiação Não Ionizante: O Que Você Precisa Saber para Garantir Segurança
O Que Define a Radiação Não Ionizante?
Diferente da radiação ionizante (como a usada em exames médicos), a não ionizante não tem energia suficiente para remover elétrons de átomos ou moléculas. Isso não significa, porém, que seja inofensiva. Ela inclui ondas de rádio, micro-ondas, luz visível e até campos eletromagnéticos gerados por fiações elétricas. A exposição prolongada ou acima dos limites recomendados pode causar efeitos térmicos (aquecimento de tecidos) ou, em casos extremos, danos celulares. Daí a importância de um laudo técnico que meça e interprete esses níveis.
"Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a exposição a campos eletromagnéticos acima de 300 GHz pode aumentar riscos à saúde, especialmente em ambientes ocupacionais."
Quando um Laudo é Necessário?
Imagine uma empresa que instala novas antenas de telefonia no telhado. Funcionários trabalham próximos a esses equipamentos diariamente. Sem um laudo, não há como saber se a radiação emitida está dentro do permitido pela NR-15 (Norma Regulamentadora sobre Insalubridade). Outro cenário comum são imóveis residenciais próximos a subestações elétricas – um laudo pode ser decisivo para atestar a habitabilidade do local, assim como o Laudo de Habitabilidade faz para outras questões estruturais.
Casos Reais Que Demandam Avaliação
Um hospital que utiliza equipamentos de ressonância magnética precisa monitorar a exposição dos profissionais. Já uma escola próxima a uma torre de transmissão pode solicitar o laudo para tranquilizar pais e alunos. Até mesmo escritórios com muitas redes Wi-Fi concentradas podem se beneficiar do documento. A chave aqui é a prevenção: identificar riscos antes que se tornem problemas.
Como o Laudo é Realizado?
O processo começa com um diagnóstico ambiental, onde técnicos especializados usam medidores de campo eletromagnético (como espectrômetros ou analisadores de frequência). Eles mapeiam áreas críticas – próximas a fontes emissoras – e coletam dados em diferentes horários, já que a intensidade pode variar conforme o uso dos equipamentos. Essas informações são cruzadas com parâmetros da OMS e legislação brasileira, como a Resolução ANATEL 700/2022.
O relatório final não só aponta os níveis encontrados, mas também propõe soluções caso haja inconformidades: desde o reposicionamento de antenas até o uso de blindagens em paredes. É similar ao que um Laudo Técnico de Avaliação faz para imóveis, mas com foco específico em radiação.
Erros Comuns (e Como Evitá-los)
Um erro frequente é contratar empresas que usam equipamentos descalibrados ou métodos simplificados – isso pode gerar falsos negativos. Outro deslize é ignorar a periodicidade: laudos devem ser refeitos sempre que houver mudanças no ambiente, como novas instalações elétricas. Por fim, há quem confie apenas em "testes caseiros" com apps de celular, que não têm precisão técnica.
A solução? Exija laudos assinados por profissionais habilitados (engenheiros eletricistas ou físicos), com metodologia transparente e referências normativas claras. Peça exemplos de casos anteriores e verifique se incluem mapas detalhados das medições.
Além do Laudo: Proteção no Dia a Dia
Enquanto o laudo atesta condições pontuais, você pode adotar práticas simples para reduzir exposições desnecessárias: manter distância de roteadores ao dormir, usar fones de ouvido em vez de colocar o celular diretamente na orelha e evitar permanecer por longos períodos perto de transformadores. São cuidados que somados à avaliação profissional criam um ambiente verdadeiramente seguro.
E você: já verificou se seu espaço – seja casa ou trabalho – está livre de riscos invisíveis? Ou vai esperar um sintoma aparecer para tomar providências?
